Ejaculação Precoce

A ejaculação precoce (EP), que também é denominada ejaculação rápida, atinge, nos Estados Unidos, um em cada cinco homens entre 18 a 59 anos de idade. Apesar de frequentemente se considerar o problema como de causas psicológicas, causas biológicas também podem ter um papel importante.

A ejaculação, controlada pelo sistema nervoso central, ocorre quando o estímulo sexual gera impulsos nervosos que são transmitidos à medula espinhal e ao cérebro.

A ejaculação precoce (EP) se caracteriza pela falta de controle voluntário sobre a ejaculação. Ocasionalmente, muitos homens ejaculam antes do que suas parceiras gostariam. A EP é um problema frustrante que pode reduzir a satisfação sexual, desestabilizar relacionamentos e piorar a qualidade de vida. Episódios esporádicos de EP não devem ser motivos de preocupação. Todavia, quando o problema é frequente e causa sofrimento ao homem ou à sua parceira, o tratamento pode trazer benefícios.

Apesar de não se conhecer a causa da ejaculação precoce, estudos recentes sugerem que a serotonina, uma substância natural produzida pelos nervos, poderia ter um papel importante. Um desarranjo dos efeitos da serotonina no cérebro pode ser a causa. Os estudos evidenciaram que grandes quantidades de serotonina no cérebro prolongam o período até a ejaculação, enquanto pequenas quantidades de serotonina podem ocasionar um quadro semelhante à EP.

Fatores psicológicos também contribuem frequentemente para a EP. Depressão, estresse, expectativas de desempenho irreais, um histórico de repressão sexual ou falta de confiança podem levar à EP. Problemas de relacionamento também podem alterar a função sexual. A EP pode ser causada por falta de comunicação entre os parceiros, mágoas ou conflitos não resolvidos que podem interferir na habilidade de compartilhar intimidade emocional.

A ejaculação precoce (EP) pode ocorrer em qualquer momento. Surpreendentemente, o envelhecimento não parece ser uma causa de EP. Entretanto, o avançar da idade causa tipicamente mudanças na função erétil e na ejaculação. As ereções podem não ser mais tão rígidas ou duradouras. As ereções podem se sustentar por um período mais breve antes da ejaculação. A sensação de que a ejaculação vai acontecer pode ser mais breve. Esses fatores podem fazer com que o homem, com o avançar da idade, passe a ejacular mais rapidamente que em sua juventude.

Às vezes, a ejaculação precoce (EP) pode se desenvolver em homens que apresentam disfunção erétil (a dificuldade em obter ou manter uma ereção por tempo suficiente para um desempenho sexual satisfatória). Alguns homens não compreendem que é normal que se perca a ereção após a ejaculação e estes podem se queixar equivocadamente com seus médicos de que seriam portadores de disfunção erétil quando na verdade seu problema é a ejaculação precoce. Quando o paciente apresenta tanto ejaculação precoce quanto disfunção erétil, recomenda-se tratar antes a disfunção erétil, uma vez que a ejaculação precoce pode se resolver espontaneamente uma vez que tenha se tratado adequadamente a disfunção erétil.

Quando a ejaculação precoce (EP) ocorre com tanta frequência que acaba por interferir com sua satisfação sexual, ela se torna um problema de saúde que requer os cuidados de um médico especialista. Para compreender o problema, o médico precisará fazer perguntas sobre seu histórico sexual, como as seguintes:

– Com qual frequência a EP ocorre?
– Há quanto tempo você apresenta esse problema?
– O problema é específico com uma parceira? Ou ele ocorre com todas as parceiras?
– A EP acontece em todas as relações sexuais ou apenas em algumas?
– Quanto tempo se leva até a EP?
– Qual tipo de estímulo (preliminares, masturbação, penetração, estímulos visuais) resulta em EP e com qual frequência?
– Como a EP afetou a sua vida sexual.
– Qual é a qualidade de seus relacionamentos pessoais?
– Como a EP afeta sua qualidade de vida?
– Há algum fator que melhore ou piore a EP (drogas, álcool, etc.)?

Geralmente, exames laboratoriais são desnecessários, a não ser que a consulta com o médico e o exame físico revelem algo mais complicado.

A ejaculação precoce (EP) não atinge apenas você, mas também sua parceira e seu relacionamento sexual. Em um episódio de EP, a intimidade compartilhada com uma parceira tem um final abrupto. Você pode se sentir irritado, envergonhado e frustrado, e se afastar de sua parceira. Ao mesmo tempo, sua parceira pode ficar chateada com sua mudança de humor ou com o resultado do ato sexual.

A comunicação não é importante apenas para o diagnóstico e tratamento corretos, mas também ajuda sua parceira a compreender os seus sentimentos. Às vezes a terapia de casal pode ser útil. Um casal pode desenvolver técnicas em conjunto (como a técnica do aperto, por exemplo) que podem prolongar uma ereção. E, o que é mais importante, o casal deve tentar relaxar. A ansiedade (em especial a ansiedade de desempenho) apenas piora a situação.

TRATAMENTO:

Há diversas opções terapêuticas para a ejaculação precoce: psicoterapia, terapia comportamental e remédios. Certifique-se de discutir esses tratamentos com seu médico e decidam juntos quais das seguintes opções são melhores para você:

Psicoterapia: aborda os sentimentos que o homem pode ter sobre a sexualidade e relacionamentos sexuais.

Terapia comportamental: utiliza exercícios para auxiliar o homem a desenvolver tolerância aos estímulos sexuais e, consequentemente, retardar a ejaculação.
Tratamento medicamentoso: inclui remédios que geralmente são utilizados no tratamento da depressão. Além disso, cremes com anestésicos podem ser utilizados.

Psicoterapia: A psicoterapia pode ser utilizada como o único tratamento ou em conjunto com as outras modalidades. O objetivo da psicoterapia é de te auxiliar a identificar e resolver quaisquer dificuldades em seus relacionamentos que podem ter contribuído para o surgimento da EP. Ela também auxilia os casais a conversar sobre problemas íntimos que se desenvolveram após o início da EP. A psicoterapia também pode ajudar o homem a ser menos ansioso em relação a seu desempenho sexual e a ter mais confiança. Tipicamente, o paciente receberá conselhos de como melhorar a sua satisfação sexual, bem como a de sua parceira.

Tratamento comportamental: O tratamento comportamental pode ter papel fundamental no tratamento da ejaculação precoce. Apesar de os exercícios serem eficazes, eles nem sempre serão uma solução duradoura para o problema. Além disso, eles dependem muito da cooperação da parceira e isso, em alguns casos, pode representar um problema importante.
Com a técnica do aperto, um exercício desenvolvido por Masters e Johnson, a parceira estimula o pênis do homem até ele estar quase ejaculando. Nesse momento, a parceira aperta o pênis com intensidade suficiente para que ele perca parcialmente a ereção. O objetivo desta técnica é fazer com que o homem perceba as sensações que o levarão ao orgasmo e, então, começar a controlar e retardar seus orgasmos.
Com a técnica stop-start, a parceira estimula o pênis até que o homem esteja perto da ejaculação. A parceira então deve cessar os estímulos até que a vontade de ejacular retroceda. À medida que o homem recupera o controle, ele orienta a parceira a recomeçar a estimular seu pênis. Esse procedimento é repetido mais três vezes e o homem pode ejacular na quarta vez. O casal repete o exercício três vezes por semana, até que o homem tenha adquirido controle adequado.

Tratamento medicamentoso: Apesar de não terem sido aprovadas pelo FDA (a ANVISA dos Estados Unidos) para essa finalidade, drogas geralmente prescritas para tratar depressão e cremes anestésicos conseguem retardar a ejaculação em homens com EP.
Remédios são um tratamento relativamente novo para a EP. Os médicos inicialmente notaram que homens e mulheres que tomavam antidepressivos se queixavam de retardo em seus orgasmos. Os médicos então começaram a prescrever essas drogas para tratar a EP.

Se um remédio não funcionar, geralmente se recomenda outro. Se a segunda falhar, provavelmente uma terceira não surtirá efeito. Uma alternativa é associar o remédio a algum outro tratamento.
Para o uso na EP, as doses dos antidepressivos são geralmente mais baixas que as recomendadas para o tratamento da depressão. Os efeitos colaterais comuns dos antidepressivos incluem náuseas, boca seca, sonolência e desejo sexual (libido) reduzido.

Essas drogas podem ser tomadas todos os dias ou apenas antes da atividade sexual. Seu médico vai decidir como você deve toma-las com base na frequência de suas relações sexuais. O melhor momento de tomar o remédio antes da atividade sexual ainda não está bem definido, mas a maioria dos médicos recomenda de 2 a 6 horas. Uma vez que a EP pode recorrer quando se para de tomar o remédio, é bem provável que será necessário fazer uso contínuo dele.

Cremes anestésicos podem ser utilizados no tratamento da EP. Esses cremes são aplicados na glande (cabeça do pênis) de 20 a 30 minutos antes da relação sexual, com o objetivo de reduzir a sensibilidade. Antes da atividade sexual pode-se remover ou não o preservativo (se for utilizado) e o pênis deve ser lavado para retirar o creme residual. Caso o creme seja usado por muito tempo, pode-se perder a ereção. O creme também não deve ser deixado no pênis sem preservativo para o sexo vaginal uma vez que isso pode resultar em anestesia da vagina.

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