Hematospermia

Hematospermia ou hemospermia é a presença de sangue no sêmen. Essa condição não é incomum e pode atingir homens de qualquer idade, mas é mais comum entre os 30 e os 40 anos de idade. Entre 85 e 90% dos pacientes com hematospermia vão apresentar recidivas (episódios repetidos).

Não se descobre a causa em cerca de 50% dos pacientes com hematospermia. O sêmen se forma em múltiplos órgãos: testículos, epidídimos, ductos deferentes, vesículas seminais e próstata. A maior parte do sêmen se origina das vesículas seminais e da próstata. Desta forma, é provável que a maioria dos casos tenha origem nestes dois órgãos. A infecção ou inflamação em qualquer dos órgãos citados é responsável pela maioria dos casos. O câncer raramente leva a hematospermia e é responsável por uma pequena percentagem apenas. Um terço dos pacientes submetidos a biópsia prostática evolui com hematospermia. Isso não deve ser visto como causa de preocupação.

A hematospermia é dividida em 2 grupos distintos: hematospermia primária e hematospermia secundária. A hematospermia primária ocorre quando o único sintoma presente é o sangue no sêmen. Isso quer dizer que não há sangue na urina (hematúria), seja sob visão direta, seja sob análise microscópica. Também não há qualquer sinal de infecção urinária e o exame físico é normal. Os pacientes com esse tipo de hematospermia quase nunca são portadores de outro problema de saúde. Essa condição costuma ser autolimitada, o que significa que ela se resolverá sem qualquer tratamento. Cerca de 15% dos pacientes apresentarão apenas 1 episódio isolado.

Os pacientes com hematospermia primária já foram estudados extensivamente com exames radiológicos e endoscópicos. Esses exames quase nunca revelam alguma doença. Desta forma, não se considera necessário qualquer tratamento para os pacientes nos quais a hematospermia é a única queixa e os exames físico e laboratorial são normais. É, contudo, necessário retornar ao médico caso ocorra qualquer mudança no padrão de sangramento, caso surjam sintomas de infecção ou dor, ou caso se note sangue na urina.

A hematospermia secundária acontece quando se conhece ou se suspeita de uma doença específica como a causa do sangramento. Como exemplo, pode-se citar uma biópsia prostática, uma infecção urinária ou prostática ou ainda um câncer. As causas menos comuns são a tuberculose, Infecções por helmintos (parasitas) e doenças que afetam a coagulação, como a hemofilia e doenças hepáticas.

Os pacientes que apresentam hematospermia associada a sintomas sugestivos de infecção urinária ou a presença de sangue na urina (mesmo que apenas sob visão microscópica) necessitam de uma avaliação urológica completa. Caso haja sangue na urina, se solicita um exame radiológico das vias urinárias e um exame endoscópico da bexiga, próstata e uretra. Além disso se faz uma avaliação prostática com PSA, toque retal e, às vezes, ultrassonografia e biópsia.

TRATAMENTO:

No passado, se utilizou hormônios femininos para tratar a hematospermia primária. Esse tratamento geralmente resultava em alívio dos sintomas, mas os Efeitos colaterais incluíam aumento e dor das mamas e falta de libido. Hoje em dia esse tratamento foi abandonado pelos efeitos colaterais e pelo fato de que a hematospermia primária costuma se resolver espontaneamente.

A hematospermia pode assustar bastante, mas a maioria dos pacientes com essa condição não possuem nenhuma doença e não será necessário qualquer tratamento. A hematospermia pode recorrer várias vezes ao longo da vida, mas geralmente é autolimitada e não aumenta o risco de desenvolver qualquer outra doença. Além disso, não há qualquer risco para a parceira sexual do paciente com hematospermia.

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